Paraciclistas realizam teste de desempenho no Centro de Desportos

13/12/2018 10:25

Paratletas visitaram a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na última semana de novembro para a uma bateria de testes de desempenho junto ao Laboratório de Esforço Físico (LAEF) da Universidade, coordenado pelo professor Luiz Guilherme Guglielmo. Essa avaliação só foi possível porque a UFSC possui uma das três esteiras para análise de performance de atletas com cadeiras de rodas em todo território nacional. A esteira pesa 1,5 toneladas e custou R$ 500 mil, adquirida com recursos CT-INFRA da Financiadora de Inovação e Pesquisa (FINEP). A Universidade Federal de Santa Catarina é a única universidade brasileira com um modelo. Os testes aconteceram entre os dias 26 e 29 de novembro, com três atletas de handcycle, da equipe ParaCapiral, de Brasília.

A avaliação monitora o desempenho dos atletas a partir do acompanhamento dos batimentos cardíacos e respiração. Durante a corrida, que pode chegar a 60km/h, o sangue é coletado para medir o acúmulo de ácido lático no corpo, além de um teste secundário de percepção de esforço. A bateria de testes com paraciclistas acontece pela segunda vez. A primeira edição, em 2017, contou com 11 paratletas de todo o Brasil.  A experiência é acompanhada pelo pesquisador Ricardo Dantas com a colaboração dos professores Tiago TurnesGabriela Fischer e alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF).

“O teste é uma troca mútua. A UFSC possui o equipamento e a expertise; e a equipe, os atletas, que vêm até aqui”, comenta Guilherme Lopes, treinador da equipe de Brasília. Enquanto os paratletas conseguem uma análise aprofundada do seu desempenho, com sinalizações de pontos fortes e fracos no exercício, os profissionais do Centro de Desportos (CDS) da UFSC conseguem material de pesquisa.

Dave Raposo Lemos, campeão sul-americano, medalhista de ouro no Parapan, campeão brasileiro na categoria de estrada e medalhista em diversas etapas da Copa Brasil, foi um dos voluntários nos testes. Dave compete na classe H1, para pessoas com lesões mais severas. Além dele, os atletas Jady Malavazzi, sete vezes campeã brasileira e 3º lugar no mundial, e Eduardo Pimenta, atual campeão brasileiro e campeão sulamericano 2018, que alcançou a velocidade de 52km/h na esteira, participaram da avaliação.

Sobre o esporte

handcycle, ou paraciclismo, é um esporte derivado do ciclismo, com maior ênfase nas mãos e pode utilizar handbike, triciclos ou bicicletas adaptadas. Apesar de não ter sido criado com essa intenção, o esporte logo foi abraçado pela comunidade com deficiência. O atleta pratica o esporte sentado ou em uma posição reclinada, a depender da sua classe.

Há cinco classes para o handcycling, de H1 até H5, onde o menor número indica uma limitação mais severa da atividade. Atletas que competem na classe H1 possuem perda completa da função do tronco e das pernas e têm limitações nos movimentos dos braços. Enquanto os competidores H4 não possuem movimentação das pernas, mas boa função do tronco e dos braços.

Ciclistas da classe H5 sentam de joelhos e podem tanto usar os braços e o tronco para acelerar a handcycle. Nessa classe, os paratletas podem ter amputação de algum membro, paraplegia ou atetoses ou ataxia (de leve a moderada).

Erick Souza / Estagiário de Jornalismo / Agecom / UFSC

Fotos: Henrique Almeida / Agecom / UFSC

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